sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Que seja!


Eu quero me deitar em teu leito
E não ter hora para sair,
Quero desfrutar do teu aconchego
E ser o seu sossego.
Ser no imediato, o silêncio que ronda seus pensamentos.
Ser da tua boca apenas a poesia.
Quero acordar com você falando, ou simplesmente, respirando ao meu ouvido.
Quero você logo cedo dentro de mim para esquecer que existe um mundo lá fora!
Quero ser aquele sonho que tive quando menina... Em que você era para mim algo inatingível,
Quero apenas as tuas mãos em meu corpo, modulando o meu gozo!
E quando eu partir que seja para voltar!


Renata Netto

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Meu bem


Lembro bem de seus olhos atravessados
Cabeça baixa e fala engraçada.
Apenas o que te libertava era o palco.
Lá você era inteiro, explosão do ser,
Corpo e alma, coração aberto!
Nos seus olhos se expandem raios
Intensos, quase solares, ardem na pele.
Hoje sua verdade transparece
Em seus versos, sua música.
Canta e grita o que absorve desse mundo.
Se a mais bela arte te envolve
E conduz, é porque mal não pode ser.

Renata Netto

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Amor da vida!

Te amo, e é o que consigo expressar.
Pensar e até mesmo ocultar.
Te amo, e é o que faz frase, melodia.
Abriga e consome.

Te amo! É o que vem e se coloca
De maneira intensamente explícita.
Visivelmente tangível e tão aflita,
Imensidão do sonhar.

Te amo, e é o que é sem vírgulas,
Interrogações e contra versos.
Te amo: infinito de cores, cheiros,
Sensações, aprendizado, vida.

É o que quero ter e escutar para a vida
É ser sua vida e interpretar
Em seu sorriso, em seu olhar,
A grandeza da felicidade: amar.


Renata Netto
Tem coisas que as palavras não expressam e quando ditas não reproduz o verdadeiro valor das coisas...Mas um olhar, um gesto de carinho, ou até mesmo um momento de silêncio revelam pequenas coisas grandiosas e imensamente importantes.

Renata Netto

sábado, 11 de agosto de 2012

Aquele anjo que eu vi!


Se eu conseguisse recuar e atravessar
A parte que não queria preservar em mim,
Era bem maior... era bem maior
O amor em mim ...de mim por mim.
E aquele anjo que eu vi?
E aquele anjo que eu vi?
Era só da porta para fora,
Quando eu vi voou de mim!
Mas se eu conseguisse apenas dizer
Quantas etapas eu pulei só pra te ver
Era um pedaço meu... um pedaço meu
Que ia escapulir de mim, para ser seu
E nada de mim... por mim...
Iria relutar até voar de mim...
E a cantiga fez de ti um sonho
E a porta um lugar para esperar
Você chegar...
E aquele anjo que eu vi?
E aquele anjo que eu vi?
Era só da janela para fora
Quando eu vi tava em mim


Renata Netto

Nunca entenderá esse amor


O sol lançou sobre a terra seus raios
Envolvendo-a com seu brilho dourado.
Fez dos rios trançado em sua transparência,
Reluziram todas as folhas de todas as árvores.
Sua luz intensa, às vezes terna e horas suor,
Fincou e derreteu as pedras de gelo.
Porém a mesma terra que abraçou,
Rachou e abriu em dor, feridas profundas.
Que nem poça d´ água se via quando chovia!
Secou as mesmas folhas, árvores, e rios.
Fez da pedra água para alagar suas veias largas,
Escorridas em prantos de choro dos sais,
Quando encontrou a lua em seu semblante morno,
Que provoca arrepios com os assobios do vento.
Ela não queima, não fere, nem tampouco remete.
Sempre em estado de mudança reflete o brilho puro
Do sereno, envolvendo corpos em sensações,
As quais a terra desfruta em um banho de mar aberto,
A brisa que vem ninar a terra revirada de tanto se doar.


Renata Netto

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A distância, eu e você

Quando o tempo espera sua mente desesperar?

Você respira e olha
Olha e respira o ar
Pedacinho de vento
Vento que veio de lá
Lá das nuvens brancas
Brancas cheias de luz
Luz que nasce com o sol
Sol que esquenta meu corpo
Corpo que mesmo assim é gélido
Gélido como o ártico polar sem você
Você...

Eu me esquivo, me enrolo e embolo
Embolo coco como Mácleim
Mácleim Carneiro cantou
Cantou o pássaro e foi
Foi longe o amor
Amor que ficou
Ficou no meu
Meu eu
Eu...

E assim você e eu ficamos bem distantes como frases que se desencontram...


Renata Netto

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Essa tua cautela

A cautela com que trabalha esse seu olhar
Faz borbulhar dúvidas e sensações
Talvez o mistério de seus gestos, seja
Algo incrível a se desvendar...
Talvez a música e as pessoas na pista
Não notem o encontro de nossos olhos
Nem percebam que o tempo excluiu
De nós aquelas pessoas, aquele lugar.
Talvez quando você conseguir chegar até mim
Os nossos olhos não se encontrem
Procurando os cheiros, as formas, os signos
Do que nos uniu naquele instante.
Talvez tenha a mesma tranquilidade do seus olhos,
Ou pressa, onde seus olhos sustentem em sua fala
A mesma intensidade com que meu corpo se contrai
A partir do púlpito acelerado no peito, sem interferir,
Nos padrões, nos valores, cores, status, sobrenomes.
Neste encontro se descobre apenas essências,
Troca-se habilidades, técnicas, sensibilidade, estratégia,
Um ao outro em busca do melhor que se pode sentir
E talvez este momento nem chegue a acontecer
Por sua cautela trabalhada neste seu olhar...


Renata Netto