quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vigorar

Colorido sonho
Afaga-me em tua brisa doce
Esconde-me da chama
Que incendeia meus dias
E essas noites

Nuvem de algodão
Ilude-me em seu mudar suave
Transporta-me para perto
Da tua tranquilidade
Nesses segundos

Sol esplendoroso
Aquece-me com teus raios
Fazendo meu corpo
Luzir como fonte
Em grandeza

Terra tão amada
Me faz em teu ventre crescer
Como semente de feijão
Pra em qualquer lugar
Me desenvolver

Fruto maduro
Da árvore pro colo
Sussurra pro mundo
A alegria do gozo

Que é viver...


Renata Netto.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Des une tÊ!

Eu sinto que vou voar até o sol
Sinto que ele irá me queimar.
Mas eu quero arder...
Eu quero arder
Até o final

Sorrir junto do seu sorriso
Ter seu cheiro envolto no quarto
Na roupa, lençol, na pele
Teu suor em mim

Preciso te falar que tento esquecer,
Mas sua essência me trás à lona
Toda vez que procuro fugir.
E eu me rendo...
Me entrego
A você

Eu sinto que vou visitar a noite.
Eu sinto, ela vai me corromper.
Eu quero me perder.
Eu quero perder
Até o final

Abrigar o teu membro
E juntos gotejarmos delírios
Puros de desejos, prazer.
Teu e o meu gozo enfim...


Renata Netto.

sábado, 24 de maio de 2014

À bola.



Quando eu era uma bola
E quicava no chão,
Batia em tantos lugares.
Não havia caixão
Que me guardasse,
Escondesse-me.
Erro ou acerto, exposto.
Terra ou gramado,
Lama ou barro batido
Ao nível do pescoço,
Subia-me a vontade
De fazer muitos gols.
Quando eu era uma bola
E chutavam-me duro,
Mais firme seguia no alvo.
E não existia inverno
Que me intimidasse,
Introvertesse-me.
À revelia ou não, encanto.
No pé, perna, ombro,
Tronco, cabeça e mão.
Rugindo tantas vozes
A cada toque, passe,
Continuava em destaque. 

Renata Netto.

Hein.



Pare de se iludir, de achar que lhe convém.
É apenas um tiro breve, que te faz refém.
Pare de pensar absurdos, não te faz bem.
Corra para o lado claro, enxergará além.
E cante Zen
E dance também
E faça a diferença, amém!

Renata Netto.

Até o sol

Minha sola já está gasta, pelo tempo, pela espera.
A porta sempre aberta e o medo de sair lá fora,
A força de existir e ser o que se é.
A linha do horizonte a chamar meu nome
E eu sempre tão distante.
Quando o sol descansar naquela paisagem
É a hora do meu canto alcançar...
O sonho, a verdade e um gole de coragem.
Quando segurar a bandeira
Da liberdade... dos meus olhos, sentidos...
Fugirá enlouquecida a chama
Em cometas até o sol, refém dos meus instintos.

Renata Netto.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Fora de eixo



Eu te gosto, te desejo.
Te vejo em cada lugar
Que esconde um segredo meu.
Um silêncio, um surto,
Ou suspiro ofegante
De cada espasmo do corpo meu.

Leio e interpreto
O percurso das mãos.
Da sede, saliva da boca tua.
Encontro o prazer
Mais intenso e árduo
Nos músculos da glande tua.

E nos roteiros, os desvios.
Nas certezas, tantas dúvidas.
Na dor, vívidos sorrisos.
Nos sorrisos, tantas memórias.

Deito e me esfrego
No lençol revirado e guardado,
Para imprimir em mim o cheiro teu.
Encosto a cabeça
No travesseiro macio e sonho,
Parto em revoada para o abraço teu.

Toco e reacendo
Calafrios estendidos à pele
Como o frio da abstinência tua
Sua frio o calor
Suplicando todo o vigor,
Pulsação forte, respiração tua

Nos desvios, os encontros.
Tantas dúvidas, um refúgio.
Vívidos sorrisos, templos.
Tantas memórias reincidentes...


Renata Netto.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Outra história

O céu habita a minha mente em uma mensagem de paz.
É como se as coisas depois do muro ficassem mais harmoniosas e ritmadas.
E a saída se torna uma dança embalada pelo vento.
Tão deslumbrante estava o sol a tocar todos os seres vivos que encontrei pelo caminho.
Mas claro que a percepção do dia não estava lá fora, e sim, por dentro...
Onde se abre lentamente um fleche de luz, uma outra história.

Renata Netto.

Real pro sonho



Quando sentir seus olhos tocarem minha alma
E despertarem todos os fantasmas do meu corpo
Quero sua respiração próxima ao meu ventre
Com ardor a contorcer meus músculos,
O suor do teu rosto junto ao meu,
Com gritos roucos regendo os dentes
A procura do dorso a morder, ou na tua mão,
Salivar todo o meu prazer, cuspido, escrachado...
Visível ao prato que te serve, te suja e te entrega quente.
Afaga seus pensamentos para derramar inteiro
Todo o teu esforço e desejo transformado em gotejo.

Renata Netto.