segunda-feira, 29 de abril de 2013

Muitos, mas sem escolha.

Na vida nós temos vários amores...
Seja alguém, seja um instrumento, uma canção...
Seja uma flor, conhecimento, seja o que for...
Na vida nós temos vários amores...
Cabe a nós saber dividir-nos, ter tempo para amar
Nos repartir e escolher o melhor amor...
O que se quer amar, e se deixar amar...
Mas na vida, há tantos amores...
Tem lugares, um vinho, um parto...
O filho, a tio, o primo, cunhado...
Na vida temos muitos amores...
O amor comedido,
O amor sem sentido,
O amor dividido,
O amor consentido,
O amor partilhado,
Inventado...
O amor inconsciente,
O amor científico,
O amor súbito,
O amor mascarado,
O amor requentado,
Real
Um dia me falaram que amar alguém é uma escolha...
Para mim, o amor nunca foi uma escolha...
Nasce e brota, como semente. E só cresce quando aguado.
Nunca escolhi quem amei!

Renata Netto.


Amor...

E a vida que nos cabe é o amor que compartilhamos, tudo aquilo que doamos sem esperar nada em troca... Também, tudo aquilo que fazemos com amor por ou para o próximo, e que não seja precisamente caridade... 
Só precisa ser amor para marcar, ficar e sentir... 
A única coisa que temos certeza desde que nascemos é a que um dia iremos partir... E mesmo sabendo disso, gastamos tanto tempo com o que não se tem valor, onde não existe amor, onde não tem amor nem para si mesmos!
Brindemos ao amor, esse que nos faz se sentir bem consigo, com as outras pessoas, ser inteiro... Vivendo o amor aprendemos a ser tolerantes, prestativos, atenciosos, verdadeiros, companheiros, a cuidar...
E desse cuidado nasce toda esperança do mundo...
Que tenha amor, que seja amor, sempre! Que toda a tristeza seja consolada no caloroso abraço do amor...


Nos perdemos tantas e tantas vezes... Brigamos, ficamos tristes, mas não paramos para refletir sobre nós... Nesses tempos de desvalorização humana... Buscamos mais que antes o amor. Porém, estamos tão distantes de quem somos, que ao menos sabemos o que é que realmente nos faz felizes!

Renata Netto.

domingo, 28 de abril de 2013

Ao aguardo da próxima fase


Aguardando lua nova
No coração
A quase desaparecer.

Festejam em mim cores,
Em chamas,
Pedindo uma canção.

Aguardando a lua cheia
No vil porão
A quase desentender.

Dançam em mim dores,
Em feixes,
Pedindo mais razão.

O que apaixona na lua
São as fases,
O humor das sensações.

Incita regras, assim como
Nas marés.
Ah! Se esses ciclos fosse reger...

Renata Netto.

Reza da Fortaleza


E quando eu for saudade,
Que faça sol!
E quando eu for neblina,
Me faço rir!
E quando o amor chegar,
Me faça moradia!

E quando eu for tristeza,
Que faça fervor!
E quando eu for dúvida,
Me faço certeza!
E quando o medo chegar,
Me faça fortaleza!

Que de todas as pobrezas,
Nasçam as riquezas!
E que de todas as palavras,
Escolha a esperança!
Da paixão ter a saliência,
De habitar vida!

Renata Netto.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sempre viver

Quando as noites eram tristes por dentro
Rasgava o tecido por baixo da pele
E arrancava de mim aqueles últimos risos
De uma felicidade que soava pobre

Quando os risos me faltavam em arquivo
Buscava nas memórias saudosas
Aquele brilho ingênuo de menina em flor
Brotando beleza entre as flautas

Quando distante de tudo que me fazia ser
Forte, determinada, segura de si
Deixei me levar por estações da lua, marés
Que rebentavam em cima de mim

Sempre...
Sempre...
Até que me abracei...
Me beijei...
Espelhei
Vivi...

domingo, 14 de abril de 2013

Réplica da resposta do corpo


Se não for visto de perto, longe alcança o céu
Próximo ao erro, falha e defeito
Ninguém chega a ser tão perfeito...

É assim na realidade dos falsos sentimentos:
Confundindo prazer, zelo e amor,
Contando uma história ao contrário.

Que tudo volta a ser tão natural, esperado,
Constante na não conformidade.
Que passamos a ter a manha do jogo.

Renata Netto

Resposta do corpo

Largados a umidade transpirada de nossos corpos...
Encharcando lençóis, espumas e molas.
Impregnando cheiros na roupa, nas toalhas...

Atentos ao tratar da ocasião, do modelo, do tipo.
Estilizando nomes, pronomes e falas.
Arrancando vontades nos gestos, nas forças...

Soltos ao relento da liberdade áurea dos tempos...
Observando nada mais que os olhos,
Transgredindo a razão pura dos sentidos.

Renata Netto



+ Música!

http://palcomp3.com/renatanetto/album/82330/

A música Novo Carnaval foi uma crítica ao estilo de vida que as pessoas estão adotando para si, tornando-se cada vez mais vazia e sem significado, afetando assim não só a estrutura familiar como também o meio social que habitam. Na música, trato do termo Carnaval de duas maneiras, a primeira representa festa, apresentado no refrão da música, e a segunda, que se mostra no verso final da música, remete-se ao real significado de carnaval que é “a idéia de ‘afastamento’ dos prazeres da carne marcado pela expressão ‘carne vale’, que, acabou por formar a palavra ‘carnaval’”.
         O meu intuito é deixar visível que toda a tecnologia que temos a disposição poderia ser melhor utilizada do que a usamos e que os veículos de comunicação podem ser mais que entretenimento, que resgatar a história do nosso lugar de origem também é resgatar nossas vidas, nossa memória. A vida é o que nós fizemos dela ou deixamos que fizessem.

sábado, 13 de abril de 2013

Foi assim...

Como um mar aberto envolto em seus mistérios noturnos,
Diante da lua e das estrelas, o barulho das ondas quebrando sem cessar...
Paisagem paradisíaca, braços de desejo, olhos invasivos.
E apenas a vontade de banhar-me dele...
Distraindo-me entre rios, lagos, açudes e poços, deixei-lo.
Visitava-o durante o dia, quando o sol iluminava seu espelho d’água...
Horas forte, horas comum, foi passando o tal do tempo.
E apenas a vontade de banhar-me dele...
Quando a vida passou a ser mais dura, meus pés o procuravam...
Um chão úmido, lençol o qual passeava meu corpo, em súbito prazer.
Sensações, surpresas, compatibilidades, espelho, visão, foco.
E apenas a vontade não bastava após o banho...
Após passear pelas margens de quem seria, veio á tona o querer...
Descobrir em si esse mar em suas dimensões mais íntimas.
Completas de verdade ao navegar em um barco à vela sem motor...
E apenas querer compreender o que o faz tão belo...
Pesquisar seus organismos, células, a vida que o habita e exporta...
Porém, enxerguei o quanto fui pequena, medrosa e cega,
Em não mergulhar de corpo e mente aberto, e te encontrar a nado...
E só agora desvendei o mistério que não quis enxergar...
E só agora vejo que houve uma única oportunidade de mudar...
E só agora entendi que a lua rege o mar assim como o leme o barco...
E agora... Como esquecer o mar?
Se o mar faz parte de mim?
E agora?