Andei procurando o passado...
As sensações, as emoções...
Aquela ingenuidade sagrada
Andei distorcendo o presente
As decisões, as preocupações
O que era dado e o meu fardo
Andei muito tempo sozinha
Culpando todos da minha dor
Amedrontando os meus sonhos
Andei demais pelas calçadas
Concretas, ásperas, frias e cinzas
Da mais dura, árdua realidade
Andei tentando levantar as pedras
Uma em cima da outra, e outras
Atirando pela janela, ou eu ou elas
Andei tentando negar o que sou
Mas o gelo queimou e molhou
O chão inteiro, a alma inteira
Andei em liberdade todos os rumos
Em plena vontade, coragem e guarra
Como se nada soubesse, nada fosse
Andei com o mundo sob os pés
E fiz dele um refúgio de memórias
Pesando um longo embate tocante
Andei mais que um mero instinto
O necessário para dosar o espírito
Da dor e alegria que é sobreviver
Renata Netto
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Flutua
Flutua, passarinho que canta a voar no céu...
Seu canto é um presságio da brisa boa que ainda vem...
Te fazer vibrar em toda nota que o assobio do vento soprar...
Te ensinar que cada galho diferente pode ser um bom lugar...
Flutua e deixa o seu corpo sentir...
Flutua e permaneça a cantar um novo dia...
Flutua e perceba que qualquer hora é momento certo para acordar...
Que qualquer momento é tempo que jamais vai voltar...
Flutua, sem medo. Faz seu caminho devagar...
Acredite na força que te faz flutuar...
Suas asas serão os pilares da construção de um novo céu...
Faz do teu canto o tempo certo da razão chegar...
Renata Netto
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