quinta-feira, 30 de maio de 2013

Oculto

Enquanto chove... rios de sonetos!
Enquanto sol... cachoeiras de frevos!
Enquanto frio... os rios de sonetos são cachoeiras de frevos passados...
Enquanto calor... as cachoeiras transformam-se em rios cheios de frevos cantados nos leitos como sonetos...

Harmonizando o equilíbrio cíclico da vida,
Unindo as faces, os pontos, as entradas...
Os começos, as retiradas...
Sensações armazenadas...
Em caixas secretas.
Lá onde tudo
É oculto...

Segundo, segundo, segundo...

domingo, 26 de maio de 2013

Suco

Cobre-me com o teu calor,
Agarra-me com todo o suor,
Lambe meu dorso sem pudor,
Contenta-me com teu sabor...
Me faz massa crua no ponto,
No granito frio, sem dó,
Mas com todo o ardor...
Percorre meus sentidos...
Sem direção, nem trajeto fixo.
Me fecha e me abre sem zelo,
Que o rasgo do teu palavreado baixo,
Afeta meus instintos primitivos...
Silencia-me em infinito,
O suco soberbo de desejo...
Escorrendo em meu peito,
Rio branco de cortejos...

Renata Netto.

Deliciar-se

No meu desejo enxergo tantas possibilidades...
De ser quem sou, de ser quem não sou tantas e tantas vezes...
Do meu desejo eu me visto inteira, para ser quem quiser que seja...
Desse desejo me descubro a cada dia uma outra mulher...
Renovada, carregada, ou, apenas uma mulher envolta em êxtase...
E se deste desejo eu tivesse que fazer uma prece, eu a faria...
Me despindo de toda a sabedoria, de toda a sanidade...
De tudo que seja regras, padrões, esteriótipos...
Faria neblina de ar quente, com luzes incandescentes,
Debruçaria a língua no adorno das fantasias...
Rezaria o terço da metade sensorial que se faz perecer,
As tentações que não me deixam esquecer você...

Renata Netto.

Curta alegria

Cobrir-se em lençóis de seda
Retirando-os aos poucos
Acariciando o corpo, suave,
Devagar, em êxtase lunar

Cortinas de penas a escovar o corpo
Massageando o espírito
Acordando os instintos mais insanos,
Mais gostosos, plenos...

Levita no ar a calma de se deixar
Envolver nas ondas mansas
De um mar-piscina sobre a areia
Fina, polvilhada de alegrias...

Renata Netto.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dentro me perco

Eu nem sei mais o que sinto
Se faz chuva ou sol
Faz eco lá dentro...

Como um cofre, preciso
De uma chave para libertar
O que habita lá dentro...

Eu nem sei o que estou fazendo
Mas faço porque se parar
Tenho a certeza que me perco...

No redemoinho de pensamentos,
Das questões sem solução,
Dos dias nulos e vazios,
Perdidos de sentido e amor.
Distantes de quem sou...
Pedaço obscuro de mim...

Renata Netto.

domingo, 19 de maio de 2013

Pessoas de guarra e coração

Enquanto a ciranda de roda embala a mente,
Memórias, ondas de sensações que sem cessar
Lançam uma tristeza doce, cheia de alegrias...

Ali naquele lugar tão cheio de nada, onde nada
Era o motivo de tudo, de abraçar o mundo,
De conter o medo, insegurança e ter esperança...

Flores brotaram em terras secas, resistiram a ausência
Da água e ao excesso de calor, desabrocharam,
E expõem toda beleza, delicadeza em ambiente áspero...

E assim elas lutam até deixarem sementes pelo mundo!
Até que o solo rachado se mostre fértil outra vez!

Renata Netto.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

+ vida!

Renovando a alma...
Colhendo bons frutos...
Semeando carinho...

A vida  prepara o leque...
Em seus veios mais distintos.
Nos mostra as ferramentas...
Nos apresenta meios...
Pessoas...
Anjos!

Renovando a mente...
Reaprendendo de novo...
Chamando-me para mim...

A vida nos dá tudo!
Nós que demoramos a enxergar!


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Meu pequeno!

Sorriso grande, imenso, cheio de luz...
Me guia mesmo sem consciência formada.
Me diverte com coisas tão pequenas e bobas...
Me ensina tanto sem nem ao menos saber escrever e ler.
Quando sua leveza me encontra me transfiro para ela.
É imediato, sincero, no ato...
O amor que esborra deste pequeno abraço,
Desses pequenos lábios, pequenas mãos,
Pequenos pés...
Tão pequeno em seu formato, em seus passos.
Tão pequeno em tamanho...
Mas imensamente intenso, verdadeiramente lindo...
Entorpecente da alma... Que em segundos tudo transforma.
Meu pequeno, grande amor...
Meu filho!


Renata Netto.

domingo, 5 de maio de 2013

Pinga-chuva

Chuva chuvendo frio provocando arrepios na alma,
Enquanto que a calma não vem fazer abrigo...
Chove chuvendo rio arrastando as raízes da terra,
Enquanto que a lama vem cobrindo vazios...

Pinga, pigando, pingo que brilha aos raios de luz
Luzindo, arco-íris, cores de vida em milhões de pingos
Assim como sorrisos de criança de pura alegria

Pinga, pingando, pingo que brilha à luz do sol
Incandescente, chama, que ativa o barulho do mundo
Assim como a chuva é chama crescente de calor

Renata Netto.

Dia de chuva!

Enquanto tudo brilha naquele fundo
Que habita um pobre miserável,
Largado no mundo para ser mais forte...

As luzes inventadas daquelas mãos
Criam feixes que apontam vis
Para a naturalidade mais luzente...

A solar...
Girassóis, ouro, olho teu.
Encarnado e sangue vivo,
Rabiscos de puro desejo.

A solar...
Nave espacial, prata, língua tua.
Flutuada e experimentada nua,
Deitada sobre lençóis azuis...

Enquanto do outro lado o rio segue,
O abismo é a cachoeira nobre.
Fadada a encontrar o seio de terra.

A corrente criada de pensamentos...
Leva ou salva uma lógica crua.
Acabada onde a água for enxuta.

A solar...
Notas suaves, pele, teu corpo.
Encrustado e sentido roto,
Quadros vermelho-roxo.

A solar...
Quantidade, números, teus códigos...
Enganados quando com medo,
Abaixo de todos os seus rostos...

Hoje o sol não saiu...


Renata Netto.

Enquanto viver em mim...

Como pode alguém de tanta sensibilidade
Aprender a ser fria?
Como pode alguém ser tão livre
Presa a mentiras?
Como pode alguém ter tantos sonhos
E só pensar em um apenas...

Como pode o tempo nos fazer de marionetes, sendo nós os protagonistas da nossa história?
Como pode o espaço nos fazer tão próximos, mesmo distantes?
Como pode o dia ter sol, se por dentro habita uma grande tempestade?
Como pode a vida ser tão bela, mesmo diante do caos, da tristeza, da dor?

Só uma criação foi perfeita no mundo: o amor!

O amor concerta, restaura, aquece, levanta, luta, grita, evolui, constrói...
E ainda assim, existe tanta gente que enxerga, e não consegue sentir amor!

Obrigada a vida por ser vida enquanto vivo cada segundo de tudo o que a vida pode viver em mim!

Renata Netto.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

E pum! Estourou!

E na memória está guardado tudo que quis sentir mais uma vez...
Em silêncio, com sorriso leve no rosto e suspiros profundos...
E na mente está projetado tudo que poderia ser e nunca será...
Em silêncio, me invade aos poucos fazendo levitar enquanto é
Um sonho... mirabolante...

Bola de sabão, tão frágil, tão linda...
E estoura na palma da mão...
Bola de sabão, tão bela, tão instável...
Estoura na mão...