quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Porque Deus?

Deus, você sabe que minha batalha nem começou.
Deus, você sabe quão forte eu sou!
Passam dias e eu percebo...
Enquanto insola peitos outros fazem cristais de água
Sobre lençóis de areia fina...
Cobrindo corpos ao luar...


Deus, você sabe que minha batalha nem começou
Deus, você sabe quão forte eu sou!
Passam noites e eu percebo...
As folhas voando para longe, soprando os contos
Sobre as tempestades arrasadoras...
Subterrando vidas em vão...

Deus você sabe...
Há amor... terno amor
Entre os corpos sem coração
Há amor... árduo amor
Entre os corpos sem razão
E porque meu Deus existe tanto desamor?

Talvez Deus, sua perfeição...
Realmente distante dos corações humanos
Seja algo muito desafiador
Para seres imperfeitos de corações retalhados...

Talvez eu diga muita bobagem...
Mas todo homem deveria entender
Que bom mesmo é o amor de viver
E não de morrer...


Deus você sabe...
Há amor... terno amor
Entre os corpos sem coração
Há amor... árduo amor
Entre os corpos sem razão

Renata Netto.


Hoje nada será triste.

Hoje não faz nenhum sentido se atirar ao vento...
Nada conduzirá a infelicidade ou azar.
Hoje é dia de festa na minha mente, meu corpo...
Nada afetará meus bons pensamentos.
Hoje é dia de ir ao encontro do mar profundo...
Nada atingirá as marés, nem a lua.
Hoje é dia da mais insana alegria de se aventurar...
Nada será tão monótono, nem o ar.
Hoje me encontrarei com a minha outra face...
Nada interferirá, nem eu mesma.

Renata Netto. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Lençóis e calor

O sol veio me acordar com seus raios quentes,
Insolentes, insanos, envolventes...
Atravessou o cobertor, roçando minhas pernas,
Entre os lençóis, pele e o calor...

De repente meu corpo todo se contorcia na cama,
Como violino tocando o dia ensolarado de verão.
O único estímulo de vida me tocando, ao acordar

Era como nadar em um rio de águas mornas, nua,
Sentindo a água de leve submergindo o meu corpo...
Na cor nude, se misturando com a areia molhada.

E assim como um estalo de um galho seco,
O frio retornou ao meu corpo...
Fazendo despertar completamente do gozo,
Entre os lençóis, pele e o calor...


Renata Netto.

Hoje, aqueles dias!

Se tudo o que me perturba hoje viesse a explodir!
Hoje seria o dia!
Minha cabeça tá pesada e ao mesmo tempo vazia!
Hoje é o dia!
Meu corpo parece estar enfadado, de pouco cansaço!
Hoje seria o dia!
Tudo em volta conspirando para as minhas neuras!
Hoje é dia!
Meus pensamentos estão brigando entre si, sem parar!
Hoje seria o dia!
Minha pele parece estar seca, meu cabelo também!
Hoje é dia!
Até as maiores responsabilidades parecem ser nada!
Hoje seria o dia!
Até as coisas que devia fazer hoje estão sem perspectiva!
Hoje é dia!
Se tudo o que me consome hoje viesse a explodir...
Sobraria quase nada de mim...
Hoje seria o dia!
Sobras de mim...
Hoje é dia...
de mim...

Renata Netto

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Desabafo

Eu não sei que espécie de amor é esse?
Que machuca tanto agente...
Que destrói o coração,
Já pisado de tantas quedas,
Já pesado de tantas dores,
No chão!

Eu não sei o que tanto fiz de errado?
Se o meu erro foi tentar...
Ser prestativa e sorridente
Para quem não me dá valor,
Para quem acha que não sou capaz.
Cansei!

Tantas vezes eu me meti em coisas,
Só para agradar e mostrar serviço,
Só para chamar sua atenção.
O que eu podia fazer por você, fiz.
O que você significava para mim, muito.
Pra quê?

Não adiantou nada
Eu adiar meus sonhos,
Guardar para mim o que queria
Fazer ou conquistar...

Não serviu de nada
Toda a minha busca de valor
Pois eu perdi o meu colocando
Você sempre a frente...
De mim!

Meu erro foi...
Deixar que você fizesse de mim o que queria
Na hora e lugar que quisesse!
Por achar que não era amada,
Por achar que não era capaz,
Por achar que não era possível,
Por achar que não devia ser...
Você fez com que não acreditasse em mim mesma!

Porque você me condicionou a isso, sem sentir.
Como se eu fosse um animal domesticado...sem vontades.
Que tivesse sempre que seguir o que manda,
Que tivesse sempre que calar no seu erro,
Sem diálogo do certo ou errado,
Ou você está certo ou eu estou errada.

Hoje vejo tudo o que deixei passar
E sim, o meu erro maior foi...
Não ter imposto o que sou!

Não deixe jamais de ser quem é e buscar o que realmente quer para si!
Não mude seu jeito, não remodele seus sonhos, siga sempre seu coração!

Renata Netto.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Enquanto tempo tiver e for!


Enquanto é cedo...
Chove em flores as cores...
Do verão que veio me abraçar...
Tão tarde que já era frio...
A tempestade a minha volta suava arrepios...

Enquanto é cedo...
Para dançar nas ondas do mar...
Espero passar a corrente de lá...
Flutuo com a brisa, maresia no ar...
E era tão tarde...
Para voltar e dar o rosto ao vento...
Sentir a vida vivendo em mim, no tempo
Presente, tão ausente do que fui lá atrás...

Enquanto é cedo...
Aprisionados nas novidades do mundo, do conhecimento...
Lá fora a vida segue tão distante de nós, e perto demais...
Perto para, quando tarde for, vier te mostrar...
Cedo já foi, tarde já é...
Mas sempre corremos contra nós mesmos!

Renata Netto.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tempoje!

Nos espasmos do teu corpo tem um dedo de álcool,
Um braço de mel e uma cabeça de aço.
Encontra-se apenas teu ego, desejo, tua insana vontade...
E se volta para o mundo como armadura
Inoxidável.

As sobras das tuas mágoas permanecem estáticas
Na mente, não em suas atitudes com o mundo.
Para e repara nas coisas que apenas a si interessa
Como se não bastasse tudo o que experimenta,
Intangível.

Você se afasta no intuito de querer menos e assim...
Tocar menos, cantar menos, dançar menos...
Almas perdidas em seus próprios medos, inseguranças...
O mal do mundo ausência de ser quem realmente se é...
Ou era? Ou será? Tudo hoje é vulto...
Passa ligeiro, não pode perder o tempo...
Tempo que passa correndo, como aquele beijo contente,
Demorado, porém tão apressado para partida.

Temos medo do tempo que pode nos faltar a qualquer hora!

Renata Netto.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Aquela estrela!

Eu fiz uma viagem até as nuvens
E encontrei a mais bela estrela
Me chamando.
Cheguei bem perto e me assustei,
Porque de longe era apenas bela,
Mas de perto...
Era a fórmula mágica da unidade.
Você brilha por dentro e por fora.
E agora?
Desci à Terra, para esquece-la.
Mas como, se toda noite está ali
Olhando para mim?
Guiando meus gestos antes de dormir.
Invadindo meus sonhos, meu ego,
Afentando-me
De tal maneira que tremo de medo
E me afasto toda vez que me sinto
Perto dela denovo!

Renata Netto.