Diante da lua e das estrelas, o barulho das ondas quebrando
sem cessar...
Paisagem paradisíaca, braços de desejo, olhos invasivos.
E apenas a vontade de banhar-me dele...
Distraindo-me entre rios, lagos, açudes e poços, deixei-lo.
Visitava-o durante o dia, quando o sol iluminava seu espelho
d’água...
Horas forte, horas comum, foi passando o tal do tempo.
E apenas a vontade de banhar-me dele...
Quando a vida passou a ser mais dura, meus pés o
procuravam...
Um chão úmido, lençol o qual passeava meu corpo, em súbito
prazer.
Sensações, surpresas, compatibilidades, espelho, visão,
foco.
E apenas a vontade não bastava após o banho...
Após passear pelas margens de quem seria, veio á tona o
querer...
Descobrir em si esse mar em suas dimensões mais íntimas.
Completas de verdade ao navegar em um barco à vela sem
motor...
E apenas querer compreender o que o faz tão belo...
Pesquisar seus organismos, células, a vida que o habita e
exporta...
Porém, enxerguei o quanto fui pequena, medrosa e cega,
Em não mergulhar de corpo e mente aberto, e te encontrar a
nado...
E só agora desvendei o mistério que não quis enxergar...
E só agora vejo que houve uma única oportunidade de mudar...
E só agora entendi que a lua rege o mar assim como o leme o
barco...
E agora... Como esquecer o mar?
Se o mar faz parte de mim?
E agora?
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