Me chama para jogar bola, ir à praça
Nem que seja para passear.
Me chama para sentar na calçada
Sem ver o tempo passar.
Me chama para ver o mundo de perto
Que dessa janela nada passa.
Nem o vento, nem a vida, nem tato,
Tão pouco abraço...
Que queira dar,
Que queira sentir,
Que possa dar,
Ou consolar...
Me chama para a festa de pessoas
Que se conhecem, se falam.
Me chama para diversão sem falta
De alegria que invada.
Me chama para compartilhar de perto,
Que dessa janela nada passa.
Nem o vento, nem a vida, nem o fato,
Do pouco bom trato...
Que possa ter,
Que possa sentir,
Que possa dar,
Ou consolar...
Me chama apenas para pular essa janela
Que nos prende nesse mundo estático.
Me chama apenas para quebrar essa janela
Que nos deixa distantes...
Que nos separa da dança...
Que nos parte em metades
Cada uma em uma saudade
Frustrada em ausência
De humanismo,
De graça...
Que graça!
Renata Netto.
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