O credo morreu no mistério.
Na dúvida que me sorriu
Ontem a noite, quando deitei.
O santo anjo me guardou,
Iluminou, não governou...
E assim quando o sol pairou
Sobre a minha janela
Fiz tudo ao contrário do que era
E assim quando a lua encontrou
A minha ampla janela
Fiz tudo a mercê do que quisera
E assim quando o tempo tombou
Ao pular minha janela
Fiz tudo para anteceder a miséria
Das poucas migalhas no chão.
Da labuta árdua indesejada,
Controversista de minha gana.
Minha deusa mensageira,
Negou-me, o traçado...
E assim quando o lápis quebrou
Sobre minha mesa
Fiz tudo recomeçar outra vez
E assim quando a borracha faltou
Sobre minhas mãos
Fiz tudo repondo folhas por vez
E assim quando o papel acabou
Sobre minha visão
Fiz tudo projetado na lucidez
Renata Netto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário