quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Presença interna

Quando me vejo no escuro,
O vermelho dos teus lábios
Roubam meus segundos
Apagados.
E volto a ascender o fogo,
Desesperado e inimigo
Do meu próprio equilíbrio
Instável.

E é quando busco meu riso
Antigo, esquecido...
Quando danço escondido
Em volta do umbigo...
Tracejo o horizonte turvo,
Esperança de um rumo...
Quando encontro-me perdido
No meio do teu mundo!

Quando me sinto no vácuo,
O castanho dos teus olhos
Consomem-me os instintos
Aflitos.
E retrocedo ao primitivo,
Rude, talvez pragmático,
Do meu querer intuitivo,
Tangível.



Renata Netto.

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