A minha casa está vazia,
As esquadrias fechadas,
As mobílias remendadas
E ainda assim o amor, habita...
Eu não me amo!
Não me nego a definição de praça...
Eu não mereço
Nada que me tragam de graça.
Eu não me amo!
Esqueço e afasto-me de quem sou...
Eu não aguento
Viver na ditadura dos velhos tempos...
Eu não me amo!
Mantenho em silêncio o que incomoda.
Eu não ingiro
Nada que me anule mais que eu mesma.
E enquanto gritava
De todas as formas...
Apenas o amor
Me sustentava.
E quando torturada
Com todo o desdém...
Apenas o amor
Me salvava.
Mas eu não me amo...
Se me amar é mais vazio
No meu berço cultural.
Mas eu não me amo...
Se me amar é um beiral
Protegendo as feridas,
Tão antigas...
Renata Netto
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