quarta-feira, 3 de julho de 2013

Única variação comum

No pingo da chuva que cai no chão
Reluz cor, saudade e um pouco de dor
No espaço onde se expandiu a água
Nem memória ficou quando a outra gota
Pingou

Apagou a marca que era da outra...
Como os segundos que passam e não voltam...
Cada oportunidade, cada escolha, renúncia...
É um pouco do que se leva, e do que fica...
Ecoou

Suspendeu no tempo-espaço um registro,
Que só quem presenciou, sentiu, enxergou...
Como o momento do encontro dos olhos,
Da pele e apresentação do tato, do gosto...
Bom

Como aquele mesmo pingo disfarçado de outro.
Vem, pinga, se espalha no solo e apaga aquela antiga marca...
Mas dentre milhões de pingos de tanta chuva,
Apenas o pingo que enxergou, sentiu, será lembrado sempre como...
Único

E assim, costumamos acreditar que nossas escolhas são únicas...
Onde na verdade, foi apenas uma opção de várias escolhas disponíveis,
Regidas por interesses pessoais, conceitos formados, padrões...
E quando tudo se esquece e apenas se vive, a liberdade é pequena, 
Variável

Renata Netto

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